sexta-feira, 24 de julho de 2009

Grêmio Entra Na Justiça Para Conseguir Terrenos Do Olímpico

O Grêmio tenta conseguir na Justiça a escritura de uma área que ocupa há mais de 50 anos. São dois terrenos circundados pelo Estádio Olímpico, que fazem parte do complexo do clube. Segundo o departamento jurídico do Tricolor, a Prefeitura doou os lotes na década de 1940, mas o clube não ficou com a escritura. Os terrenos faziam parte de um plano do Demab (Deparamento Municipal de Habitação), onde seria construído um núcleo residencial, que nunca saiu do papel.

Com a parceria com a OAS, que construirá a Arena do Grêmio no Humaitá, o clube precisa unificar a área do Olímpico para passar a posse total dos cerca de 10 hectares para a empresa. O diretor jurídico Claudio Batista, diz que o Grêmio paga os impostos referentes ao terreno desde o início da ocupação.

O vice-prefeito de Porto Alegre e secretário extraordinário para a Copa do Mundo de 2014, no Brasil, José Fortunatti, diz que a Prefeitura não vai se opor à passagem dos terrenos ao nome do Grêmio, e que isso se trata apenas de uma formalidade.

Fonte: ClicRBS

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Apresentação, Esclarecimentos e Manifestações - II

"Continuando as manifestações, mas antes fazendo ainda um esclarecimento: de onde vem o nosso conhecimento?

No início de 2007, já sabendo da encomenda do Grêmio a um trabalho da AAA (Amsterdã Arena Advisory) tive a oportunidade de assistir a uma apresentação de powerpoint com o organograma e fluxograma do Projeto Arena. Soube da encomenda para as três hipóteses: reforma do Olímpico, construção de um estádio novo na Azenha e construção de um estádio novo fora da Azenha (apontando quais os locais possíveis em Porto Alegre para tal).

Este trabalho também apontaria a formatação de estádio e a sua capacidade ideal levando em conta a relação custo/benefício. No final de 2007 presenciei a apresentação das propostas da Odebrecht (Humaitá) e da TBZ/OAS (Azenha), fazendo um relato mais fiel possível do que foi demonstrado sem ferir o sigilo solicitado aos conselheiros.

Em 2008, já moderador da comunidade Grêmio Arena, fiz contato com o Antonini, apresentando o nosso grupo. Ele gostou muito da existência da comunidade e abriu a possibilidade de nos reunirmos para levarmos nossas dúvidas e sugestões.

Desde a primeira reunião o Giuliano Vieceli está presente e, tanto eu como ele, participamos de todas as que foram feitas. Organizamos a comunidade para levantarmos desde as dúvidas mais básicas até as questões mais polêmicas, recolhemos várias sugestões (algumas delas estão presentes no projeto) e passamos juntos por todas as etapas até agora, desde a apresentação das propostas, passando pela escolha do conselho pelo projeto TBZ/OAS no Humaitá, aprovação no conselho do plano diretor, aprovação dos índices na Câmara de Vereadores, aprovação da construção da Universidade do Trabalhador na Restinga pelo Governo do Estado, aprovação dos contratos no Conselho Deliberativo do Grêmio e a posterior criação da Grêmio Empreendimentos.

Foram várias reuniões com Eduardo Antonini e Adalberto Preis, horas valiosas de esclarecimentos, trocas de idéias e manifestações de apoio ao clube. Apresentarei, a partir de agora, um arrazoado sobre as afirmações do ex-conselheiro Marco Antônio Souza e de outras que foram apresentadas no decorrer do debate. Não se trata da propriedade da verdade, mas somente uma apresentação das informações que possuímos.

As primeiras perguntas: O Grêmio terá uma dívida com a arena? Terá que pagar algo por ela? Haverá pagamento de aluguel, prestações ou seja lá o que for?

A proposta inicial da TBZ/OAS - e depois somente OAS - era a seguinte: em troca da compra do terreno no Humaitá e da construção da arena, o Grêmio deveria entregar o terreno do Olímpico e durante 20 anos haveria uma parceria entre o clube e o consórcio português, na participação dos lucros da arena na ordem de 65% para o clube e 35% para o consórcio.

O levantamento de recursos seria feito com investidores apresentados pelo grupo português. Não haveria financiamento algum, somente um retorno financeiro aos investidores nos 35% da receita da arena por 20 anos. Esta proposta mudou com a crise mundial, havendo fuga de investidores e a saída do grupo português, permanecendo somente a OAS.

A construtora (com o auxílio do Banco Santander) estruturou então uma nova proposta, onde a OAS buscaria um financiamento em seu nome junto ao BNDES (apostando no PAC da Copa com a virtual participação de Porto Alegre) e bancaria os custos remanescentes. Os percentuais de participação continuaram os mesmos, porém o pagamento do financiamento da OAS seria bancado por parte da receita da arena.

Para compensar o clube de uma receita líquida menor, a construtora apresentou a seguinte proposta:

- Durante o pagamento do financiamento da OAS, a mesma não teria participação alguma na receita da arena (sendo esta toda do clube) e pagaria um valor fixo anual, reajustável, de sete milhões de reais. Este prazo de amortização pode durar entre 7 e 9 anos.

Resumindo: Durante esta fase de amortização (por parte da OAS), o clube receberá sete milhões anuais e 100 % da receita líquida restante. Importante dizer que a garantia desta dívida não será a arena, mas bens da construtora.

- Liquidada a dívida da OAS, a construtora passa a ter direito ao seu percentual (35%) sobre a receita líquida da arena e o Grêmio passa a ter 65% desta receita, acrescentado agora de uma receita fixa não mais de 7 milhões anuais, mas de 14 milhões por ano, um valor também reajustável.

Diante do exposto, fica claro que o único pagamento que o Grêmio fará será a entrega do terreno do Olímpico. Não existem parcelas, prestações, aluguéis, etc, pagos pelo Grêmio. Não podemos mensurar o retorno que a OAS terá de sua participação de 35 %, pois isso depende de valores variáveis de receita que somente estão estimadas em diversos cenários, otimistas, pessimistas e realistas.

Porém, no caso do Grêmio, temos a certeza de uma receita mínima anual de 7 milhões por um período em torno de 7 anos e 14 milhões por aproximadamente 13 anos. Isso significa que se por ventura o cenário for péssimo, sem lucro na arena, a OAS não terá a certeza de receber algo, já o Grêmio terá seus valores fixos.

Então fica a pergunta que fiz antes: Quem paga o que e para quem? O Grêmio, após a entrega do Olímpico (somente após receber a arena) não paga mais nada.

Esclarecida esta questão, vamos a uma nova pergunta: Mas então o que a OAS ganha com isso, já que somente o Grêmio terá assegurado uma receita fixa por 20 anos? Responderei a isso na próxima manifestação."